Apesar de parecerem inofensivos, os pombos urbanos representam uma ameaça à saúde pública e ao equilíbrio ambiental nas cidades. A Prefeitura da Estância Turística de Olímpia reforça à população a importância de não alimentar as aves em vias públicas, praças e áreas residenciais, como forma de prevenir doenças e conter o crescimento desordenado dessas aves.
Com origem na Europa, os pombos domésticos se adaptaram bem às áreas urbanas e, sem predadores naturais e com acesso fácil à comida, se reproduzem com rapidez. Locais como praças, telhados e janelas viram pontos de pouso e abrigo, e qualquer sobra de alimento – oferecida diretamente por pessoas ou deixada nas ruas – contribui para aumentar sua população. O cenário se torna ainda mais crítico em áreas com grande movimentação de moradores e turistas, como ocorre em diversos pontos de Olímpia, onde as aves se concentram em busca de alimento.
O aumento da população de pombos nos espaços urbanos gera consequências diretas para a manutenção da limpeza da cidade. A presença constante das aves em praças, calçadas e áreas de grande circulação aumenta a quantidade de fezes acumuladas e impacta a limpeza adequada desses locais. Esse cenário impacta diretamente o trabalho da Secretaria de Zeladoria e Meio Ambiente, que, apesar dos esforços, nem sempre consegue realizar a limpeza diária em todos os pontos afetados. Com isso, a sujeira se acumula rapidamente, prejudicando a aparência da cidade e o conforto de moradores e turistas.
O que muitos desconhecem é que, além da sujeira e dos danos materiais causados pelas fezes – que são corrosivas e podem danificar calhas, monumentos e estruturas prediais – os pombos são vetores de doenças que podem afetar o ser humano de forma grave. Entre as principais estão a criptococose, a histoplasmose e a salmonelose, todas com risco de contaminação por meio da inalação de poeira com resíduos de fezes ressecadas ou pela ingestão de alimentos contaminados.
A criptococose, por exemplo, é causada por um fungo presente nas fezes dos pombos e pode provocar lesões nos pulmões e até no sistema nervoso. A histoplasmose também é uma infecção fúngica, que pode causar febre, anemia, problemas respiratórios e cutâneos. Já a salmonelose, provocada por bactérias, costuma causar diarreia, vômitos e complicações gastrointestinais. Há ainda o risco de psitacose, infecção transmitida pelo contato com aves contaminadas, além da presença de ácaros, piolhos, carrapatos e moscas-do-pombo, que podem causar dermatites e alergias em humanos.
Vale ressaltar também que os alimentos oferecidos à base de farinha, biscoitos, pães ou restos processados fazem mal à própria saúde dos pombos. Eles deixam de procurar os alimentos naturais, prejudicam seu metabolismo e perdem o comportamento natural de manter distância dos humanos. Com isso, tornam-se cada vez mais dependentes, concentrando-se em locais com grande circulação de pessoas, o que aumenta os riscos tanto para as aves quanto para a população.
Além dos riscos sanitários, os pombos competem com aves nativas por alimento e território, desequilibrando o ecossistema local. Também podem danificar plantas e flores em áreas verdes, ao revirar os canteiros em busca de comida. A fartura de alimento, combinada à ausência de predadores, favorece uma reprodução acelerada, o que transforma um problema pontual em um problema ambiental crônico.
Diante disso, a Prefeitura de Olímpia reforça: não alimente os pombos. Mantenha limpos os quintais, evite deixar ração exposta para animais domésticos, feche vãos de telhados e janelas que possam servir de abrigo para as aves e, ao fazer a limpeza de fezes acumuladas, utilize máscara, luvas e umedeça bem a área com desinfetante para evitar a dispersão de poeira contaminada.
A colaboração da população é essencial para evitar a superpopulação de pombos e os riscos que ela representa. Controlar os pombos não significa exterminar, mas preservar a saúde da comunidade e o equilíbrio ambiental, por meio de ações preventivas e responsáveis.