Na última quinta-feira, 20 de novembro, foi celebrado o Dia da Consciência Negra, data dedicada à reflexão sobre a trajetória e os desafios da população negra no Brasil. Em reconhecimento a essa importância, a Estância Turística de Olímpia promoveu, entre 15 e 22 de novembro, a Semana da Consciência Negra, valorizando a memória e a cultura afro-brasileira. Ao longo de dias de atividades, mais de 2 mil pessoas participaram da programação que incluiu apresentações teatrais, roda de samba, exposições e outras ações culturais.
Realizada pela Secretaria de Cultura e Defesa do Folclore em parceria com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, a programação ocorreu em diversos espaços da cidade, reforçando o compromisso do município com políticas públicas voltadas ao respeito às identidades raciais e à diversidade cultural. As atividades também tiveram apoio da APAA (Associação Paulista dos Amigos da Arte) e do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.
Para a secretária da Assistência Social, Edna Marques, a iniciativa vai além da celebração. “Olímpia tem raízes fincadas na diversidade. A história e o trabalho do povo negro contribuíram de forma marcante para a construção social da nossa cidade, e celebrar essa memória é reafirmar que não há espaço para discriminação”, afirma.
A semana contou com atividades gratuitas, como apresentações musicais, teatrais, religiosas e rodas de conversa, reunindo artistas e grupos que preservam e difundem a cultura afro-brasileira. A abertura ocorreu em 15 de novembro, com manifestações da cultura urbana do Movimento Hip Hop no Coreto da Praça Rui Barbosa e um encontro de religiões de matriz africana na Casa da Cultura.
No dia 17, a Casa da Cultura recebeu um bate-papo com a psicóloga Juliana Mogrão, seguido pela apresentação “Vozes da Igualdade”, de Olímpia, e pelo espetáculo da Companhia de Danças Parafolclóricas Zazuê. No dia seguinte, 18, o público conferiu o espetáculo teatral “Carolina de Jesus”, homenagem a uma das mais importantes escritoras negras do país e símbolo de resistência e enfrentamento das desigualdades sociais.
A programação seguiu no dia 19 com a exposição “Almas Pretas – Trajetórias Ancestrais”, produzida pela Unesp de Araraquara, na ECO – Estação Cultural de Olímpia, ampliando o olhar sobre as narrativas que moldaram gerações. Ainda nessa data, a Praça Rui Barbosa ganhou ritmo com a Escola de Samba Acadêmicos do Samba e shows da Roda de Samba Afrosamba e do grupo Chega pra Sambar, celebrando a musicalidade que marca a identidade brasileira.
O encerramento, no sábado, dia 22, foi marcado pelo monólogo “Deixa Comigo”, da Cia Black & Preto Produções Artísticas. No palco, a atriz Iléa Ferraz interpretou Lina, uma empregada doméstica que revisita memórias, afetos e desafios enquanto trabalha na cozinha, dialogando simbolicamente com Aton, seu “cachorro”. A narrativa aborda questões relacionadas à identidade racial, desigualdade social e autodescoberta, revelando a força e a sensibilidade de uma mulher negra que sonha em cantar e trilha um caminho de transformação.
A secretária de Cultura e Defesa do Folclore, Priscila Foresti, ressalta que celebrar o mês da Consciência Negra na Capital do Folclore é reconhecer a ancestralidade que compõe a identidade brasileira. “O samba, a capoeira, as danças e as receitas tradicionais são elementos fundamentais do nosso folclore. Celebrar esta semana é evidenciar a potência da arte e da expressão negra”, destaca.
Com a programação especial, a Prefeitura de Olímpia proporcionou momentos de reflexão, aprendizado e valorização da herança afro-brasileira, reforçando a importância do respeito às diferenças e da celebração da ancestralidade que molda — e continua moldando — a história do Brasil.
Fotos: https://www.flickr.com/photos/pmolimpia/albums/72177720330370331









